Sabemos que a adulteração dos combustíveis fora do padrão permitido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) é, infelizmente, uma realidade no mercado mundial. Por isso, é essencial estar de olho na padronização permitida para garantir a qualidade que o seu posto e os seus clientes merecem.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a análise de combustível não configura de forma alguma uma perda de tempo para a gestão de um posto, e sim uma demonstração de cuidado e até mesmo um investimento para assegurar a legalidade do estabelecimento.

Neste artigo, vamos apresentar dicas úteis de como avaliar a qualidade dos combustíveis e garantir que o seu posto mantenha todos os padrões estabelecidos por lei. Continue a leitura e fique por dentro do assunto!

Importância da análise da qualidade dos combustíveis

Como você já sabe,os combustíveis, no geral, têm como principal objetivo gerar energia para o funcionamento dos carros, motos, caminhões, entre outros meios de transporte motorizados.

Atualmente, são quase 70 milhões de veículos circulando nas estradas do Brasil e, com um número desse porte, dá para entender a importância dos combustíveis para a movimentação de toda economia, não é mesmo?

Com tamanha relevância, é essencial verificar e garantir a procedência dos componentes da formulação dos combustíveis, assim como o material final para a entrega às revendedoras.

Como a qualidade dos combustíveis impacta os motores?

Basicamente, a adulteração de combustível acontece quando se adiciona qualquer substância diferente das que já existem no produto e são permitidas por lei, trazendo consequências negativas para o veículo que será abastecido com o produto, como:

  • Redução da potência;
  • Aumento do consumo de combustível;
  • Falhas no motor.

Tais fatores são prejudiciais tanto para o próprio dono do veículo, como também para o dono ou gestor responsável pelo posto que disponibilizou o produto, manchando até mesmo a reputação do estabelecimento.

Para evitar que isso aconteça com você, é essencial fazer um acompanhamento da análise da qualidade dos combustíveis.

Quais são os métodos de análise da qualidade dos combustíveis?

A Resolução da Agência Nacional do Petróleo (ANP) N. 9, de 7 de março de 2007 traz as principais informações sobre o teste de qualidade dos combustíveis, tanto para as distribuidoras como para as revendas.

A recomendação é válida a partir do momento que em combustível chega ao posto e deve passar por algumas etapas de análise química:

  1. Verificar se o lacre validado na nota fiscal é o mesmo disposto no caminhão-tanque (CT), além da razão social do estabelecimento em nome do qual foi feito o pedido;
  2. Orientar o estacionamento do CT e aguardar ao menos 5 minutos antes de iniciar o procedimento, para que aconteça a decantação natural das impurezas;
  3. Destravar o lacre na parte superior do tanque e verificar se o combustível está na seta, observando o seu aspecto;
  4. Através da válvula de fundo, drenar ao menos 20 litros do combustível e retirar uma amostra para análise.

Dessa forma, é essencial que o posto disponha de todos os instrumentos certificados pelo INMETRO para realizar a análise — durante o recebimento ou até mesmo caso o teste seja solicitado pelo consumidor.

Confira quais são:

Análise de gasolina

  • Termômetro de imersão total, do tipo I;
  • Densímetro com escala de 0,700 a 0,750;
  • Densímetro com escala de 0,750 a 0,800, com menor divisão de 0,0005 g/ml.

Análise de etanol

  • Termômetro de imersão total, do tipo I;
  • Densímetro de vidro para álcool, com escala de 0,750 a 0,800;
  • Densímetro com escala de 0,750 a 0,800, com menor divisão de 0,0005 g/ml.
  • Proveta de 1000ml de livro, seca, graduada e limpa.

Análise de diesel

  • Densímetro com escala de 0,800 a 0,850;
  • Densímetro com escala de 0,850 a 0,900, com menor divisão de 0,0005 g/ml.
  • Proveta de 1000ml de livro, seca, graduada e limpa.

Para todos os tipos de combustíveis é preciso que o posto ainda disponha de régua medidora ou outro equipamento metrológico para a verificação dos estoques de combustível.

Além disso, existe também o teste visual logo pela aparência do combustível, procurando pela presença de materiais sólidos ou partículas de qualquer outra substância.

Os próprios clientes podem também fazer os testes através dos “sintomas” que o veículo pode apresentar com um combustível adulterado, como consumo exagerado desse combustível, perda de potência ou falhas na hora da partida.

Além disso, há também o teste de densidade. Conheça o passo a passo:

  1. Coloque o combustível a ser testado em uma proveta de 1.000ml;
  2. Pegue um termômetro e agite a proveta até atingir a temperatura de 20ºC;
  3. Depois disso, mergulhe um densímetro na proveta e faça um movimento giratório antes de soltá-lo no recipiente.

No diesel, por exemplo, a densidade na temperatura estipulada deve estar entre 820 e 880 kg/m³ e a porcentagem de água e sedimentos no máximo 550 ppm.

A gasolina deve compreender entre 730 e 770 kg/m³, enquanto o etanol com massa específica entre 802,9 a 811,2 kg/m³.

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Como você leu neste artigo, é essencial que o posto de combustível esteja de acordo com as legislações e normas estipuladas para o estabelecimento, garantindo uma qualidade do combustível e de todo o funcionamento do posto como um todo.

Se você pretende investir no segmento ou já possui um posto e ainda tem dúvidas, sobre o assunto, confira o material gratuito que preparamos para você.

A parte 2 com  mais conteúdos de Como Montar um Posto de Gasolina!

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